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As 4 Particularidades Da Saúde Mental Que Todo Gestor Hospitalar Deve Se Atentar

Paper report produzido a partir de palestra do Dr. Ubirajara Canabarro e Dra. Elisa Padovan

 É notável a crescente busca por tratamentos de saúde mental nos últimos anos. Recente pesquisa da American Psychological Association constatou que tal crescimento, que foi muito observado durante o auge da pandemia do COVID-19 em 2020 e 2021, continua sendo uma tendência em 2022.

O que muitas pessoas não sabem é que esta é uma área que detém diversas particularidades para se trabalhar e, por isso, demanda conhecimentos técnicos específicos. Conhecer tais atributos pode tanto qualificar o serviço prestado quanto reduzir riscos específicos da área.

Se você quer descobrir algumas dessas peculiaridades e formas de lidar com elas na sua unidade, este artigo é para você.

Aqui, serão apresentadas quatro das diversas nuances do trato com pacientes da área da saúde mental. Inicialmente será frisada a importância de se transmitir quaisquer informações para os pacientes ou seus familiares de forma clara e sistematizada, bem como a de se simplificar ao máximo as burocracias. Em seguida, será demonstrada a essencialidade do treinamento específico para todos os profissionais que irão ter contato com um paciente desta área. Será tratada, também, a relevância de se estabelecer um ambiente acolhedor e seguro para o paciente. Por fim, irá se discorrer sobre como a criação de protocolos especiais pode corroborar para reduzir potenciais riscos ou facilitar a reação a emergências.

 

1 – As informações devem ser transmitidas de forma clara e sistematizada

Todas as informações devem ser transmitidas aos pacientes e seus familiares de forma clara e sistematizada, pois muitas vezes estes pacientes não estão totalmente estáveis e têm uma dificuldade no entendimento do tratamento que irão receber – ou até mesmo dos documentos necessários para dar-se este encaminhamento.

É importante deixar claras todas as informações relativas ao local de atendimento, como os serviços que aquele local oferece, quais os valores e quais os convênios aceitos. Estas podem parecer informações básicas, mas o foco é expô-las de forma clara e objetiva, pois o paciente da saúde mental pode ter algum comprometimento cognitivo que dificulte seu entendimento.

Além disso, muitas vezes os pacientes têm dificuldade de buscar tratamento ou até de compreender sua situação, logo a falta de informações pode afastá-lo. Outro fator que pode acabar afastando o paciente da saúde mental é a existência de muitas burocracias, por isso é recomendada sua simplificação. Um facilitador é a criação de um passo a passo, abarcando as formas de contato com a unidade, os documentos necessários para o encaminhamento, contraindicações e orientações de quando e como retornar à unidade.

 

2 – Todos os profissionais envolvidos devem ter treinamento específico

Desde o primeiro momento, quando o paciente acessa o centro de aplicação, hospital ou ambulatório, os funcionários precisam ser adequadamente capacitados, pois existem diversas particularidades, principalmente no contato com o paciente ou sua família. Um exemplo que pode ser dado de cuidado especial a ser tomado é pelo psiquiatra do local no momento da primeira avaliação do paciente.

O trabalho do psiquiatra que vai avaliar o paciente de outro psiquiatra precisa ser na linha da interface e da inclusão, pois ele vai avaliar a conduta de um colega que está encaminhando aquele paciente. São normais divergências quanto ao diagnóstico e conduta, elas fazem parte da prática clínica, porém, não é recomendado que este profissional comente isso com o paciente, o ideal seria ele entrar em contato diretamente com o médico encaminhador.

O paciente psiquiátrico pode demorar anos para chegar em um profissional e estabelecer esse vínculo médico-paciente. Chegar a um local externo e ouvir que pode haver um erro no diagnóstico ou tratamento que está recebendo pode abalar esse vínculo e talvez faça com que o paciente não volte ao médico que o encaminhou, o que é muito ruim.

 

3 – O ambiente deve ser acolhedor e seguro

O ambiente tem que ser acolhedor e seguro pois, especialmente, tratando-se de saúde mental, os pacientes adoecidos demandam locais calmos e seguros em seus tratamentos. Existem, inclusive, particularidades quanto a vestimenta dos profissionais, não sendo recomendado o uso de adornos compridos – como brincos –, o uso de cabelos presos, o cuidado com os objetos presentes no quarto, entre outras recomendações específicas. Basicamente, deve-se ter um cuidado especial para que a estrutura da unidade não ofereça potencial risco físico ou emocional ao paciente.

Também é importante salientar que deve ser redobrada a atenção quanto aos protocolos referentes a COVID-19, pois os pacientes da saúde mental tendem a ter maior dificuldade em se atentar às regras de prevenção e distanciamento. Por isso, tais regras devem ser muito bem explicadas e a equipe deve estar preparada para contornar determinadas situações.

 

4 – Devem ser criados protocolos especiais

Além de todos os cuidados já referidos, é necessária a existência de protocolos especiais. Estes podem ser úteis, tanto para prevenir riscos, como para lidar com emergências de forma mais efetiva.

Um exemplo de protocolo preventivo é um processo de triagem vinculado a uma avaliação de risco para receber determinado paciente, podendo reduzir potenciais danos ocasionados ao se receber um paciente muito perigoso. Já um exemplo de protocolo emergencial é um treinamento para reação a um caso de agitação de um paciente, onde uma equipe bem-preparada irá preservar tanto a sua própria segurança quanto a do paciente.

 

Essas são só algumas das peculiaridades dos cuidados com pacientes da saúde mental. Por isso, é muito importante atentar-se e manter um aperfeiçoamento constante ao se trabalhar nesta área.

 

Recapitulando

Neste artigo você viu que a área da saúde mental está em acentuada expansão, porém demanda conhecimentos específicos para prestação de serviços referentes a ela. Em seguida, você conheceu algumas dessas especificidades e como elas se concretizam ou podem se concretizar no dia a dia do profissional que trabalha nessa área, com o uso de exemplos e demonstrações práticas.

Parabéns por ter lido até o final, posso te fazer um convite?!

 

Até aqui você aprendeu sobre a importância da atenção às especificidades da área da saúde mental e alguns exemplos delas, se você quiser saber mais sobre, precisa conhecer nosso Programa Brasileiro de Educação Continuada em Saúde Suplementar: O Futuro da Saúde Mental.

São 8 módulos de muito conteúdo (esse artigo foi uma pequena parte do módulo 7 com o Dr. Ubirajara Canabarro e a Dra. Elisa Padovan), e o melhor de tudo, é GRATUITO!

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