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Quais as três possíveis soluções para melhorar o atendimento no sistema de saúde?

Paper report baseado na palestra da Dra. Luciana Cadore Stefani e do Dr. Lucas Piccoli Conzattio.

Um dos fatores de evolução da sociedade é o avanço científico e tecnológico no campo da medicina. Com todas as mudanças dos últimos anos, o atendimento ao paciente já não é mais o mesmo e tal fato vem apresentando um desafio para os profissionais da saúde.

Isso porque, as novas gerações cada vez mais têm preferido informações mais curtas e objetivas, além de ter acesso a fontes de pesquisa rápida e acessível. Com tal revolução, o atendimento precisa deixar de ser focado apenas na doença, para se tornar um atendimento preventivo e dinâmico, para isso, o profissional precisa se manter atualizado.

O cenário torna manter o interesse das pessoas em atualizações um grande desafio, principalmente no sistema público, em que, por vezes, o profissional da saúde necessita realizar vários atendimentos diários. Todavia,  acreditamos em três possíveis soluções para melhorar a educação médica no Brasil e consequentemente o atendimento. São elas:

  • Melhoria na comunicação científica: pensar na melhor forma de transmitir conhecimento médico e da área da saúde;
  • Reestruturação dos currículos médicos: descobrir uma nova forma de ensino nas faculdades de medicina;
  • Tecnologia no aprendizado médico: utilizar a tecnologia a favor do aprendizado do profissional da saúde.

Esses são os três pilares básicos de melhoria, a seguir vamos abordá-los mais profundamente.

1. Melhoria na comunicação científica

Um dos pontos de melhoria na educação médica no Brasil passa pela modificação na transmissão do conteúdo, pois mesmo com os avanços tecnológicos, ainda, temos um modelo de ensino centralizado na figura do professor, que se apresenta na sala de aula e passa os conteúdos para os alunos de forma vertical, carecendo de interação.

Assim, como primeiro passo rumo a mudança desejada, é essencial que haja a capacitação desses professores, para que eles realizem uma aula mais dinâmica, bem como a inclusão da formação de comunicação nas faculdades de medicina. Embora a comunicação entre médico e paciente seja um tema bastante abordado nas faculdades de medicina, a comunicação científica é deixada à margem.

Um excelente exemplo prático sobre a carência da comunicação científica é vislumbrado na dificuldade que os profissionais da saúde enfrentam de fazer com que informações confiáveis cheguem para a população. Com isso, é necessário uma modificação no sistema, tornando a informação mais fácil e acessível, ao mesmo tempo que se utiliza a tecnologia a favor da comunicação científica.

2. Reestruturação dos currículos médicos

Quando falamos em reestruturação dos currículos médicos, estamos nos referindo a necessidade de formação de profissionais que tenham a capacidade de resolver os problemas no meio em que estão inseridos, ou seja, necessitamos formar pessoas com pensamento crítico, que consigam navegar adequadamente na medicina baseada em evidências (utilizando a melhor evidência clínica disponível para tratar o paciente).

Isso não é o que acontece na estrutura curricular de muitos cursos da área de saúde, onde se aprende a epidemiologia, o quadro clínico, o diagnóstico e o tratamento de certas doenças, mas não se aprende de fato o que é fundamental para resolver os problemas que o aluno vai enfrentar após formado ou sequer se prepara o estudante para os desafios que ele enfrentará na saúde pública ou suplementar. O resultado são profissionais despreparados para a realidade, ofertando um atendimento antigo baseado apenas no tratamento da doença, em vez de um humanizado e voltado à prevenção.

Portanto, mais importante que formar um profissional que saiba tratar determinada doença, é formar um profissional que consiga navegar bem na medicina baseada em evidências, consiga pesquisar evidências novas e que esteja em constante atualização.

Além disso, é importante que eles conheçam de maneira mais íntima o sistema de saúde pública e suplementar, de forma que não apenas aprendam a tratar doenças, mas que também compreendam o custo que o tratamento traz ao sistema.

3.  Tecnologia na área da saúde 

O conhecimento não está mais centralizado apenas nos livros ou nos professores, existem várias novas técnicas que podemos utilizar para maximizar o aprendizado do aluno. Por exemplo, a utilização de vídeos, que além de oferecer um melhor entendimento sobre assuntos extensos, pode demonstrar mecanismos complexos através de animações que dificilmente são demonstradas na prática ou em aulas normais.

Quando os recursos tecnológicos forem melhor aproveitados para o ensino, a interação humana entre professor e aluno pode ser utilizada para, por exemplo, o desenvolvimento de habilidades práticas, resolução de problemas em equipe e construção de uma excelente relação com o paciente.

É importante lembrar que, a integração da educação dos profissionais da saúde com a inteligência artificial, apesar de desafiadora, vem como proposta para acelerar novos tratamentos, melhorar ferramentas de prognósticos e analisar dados públicos e privados. A grande barreira para implementação de tal tecnologia, é justamente a capacitação de novos profissionais da saúde, para que consigam navegar nesse tipo de informação.

Vamos recapitular?

Até aqui você aprendeu que o sistema de educação médica no Brasil precisa ser reformulado, com os avanços experimentados pela sociedade já não é mais possível manter o mesmo método de aprendizado utilizado décadas atrás, centralizado na figura do professor e onde apenas os livros detém todas as informações.

Para tanto, podemos utilizar três modificações: melhoria da comunicação científica, onde os alunos aprenderiam como melhorar a comunicação nas unidades de ensino; reestruturação dos currículos médicos, em que haveria uma modificação no sistema de ensino para melhor preparação para os desafios da vida após formação; e por fim, a implementação de tecnologia a favor do aprendizado.

Tais mudanças são essenciais para uma atualização na formação dos profissionais da saúde e consequentemente na melhoria  do atendimento e tratamento dos pacientes.

Se você leu este paper report até aqui, gostaria de parabenizá-lo e fazer um convite.

Este texto foi criado a partir de um trecho do episódio 4, com a Dra. Luciana Cadore Stefani e o Dr. Lucas Piccoli Conzattio, do Programa Brasileiro de Educação Continuada em Saúde Suplementar.

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